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Foto do escritorSHALOM

O PEQUENO PRÍNCIPE

(EF08ER25MG) Resgatar os conceitos de VALOR, MORAL e ÉTICA.


E foi então que apareceu a raposa.

__ Bom dia - disse a raposa.

__ Bom dia - respondeu educadamente o pequeno príncipe, que olhando a sua volta, nada viu.

__ Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira...

__ Quem és tu? - perguntou o principezinho. __ Tu és bem bonita...

__ Sou uma raposa - disse a raposa.

__ Vem brincar comigo - propôs ele. __ Estou tão triste...

__ Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. __ Não me cativaram ainda.

__ Ah! desculpa - disse o principezinho.

Mas após refletir,acrescentou:

__ O que quer dizer "cativar"?

__ Tu não és daqui - disse a raposa. __ Que procuras?

__ Procuro homens - disse o pequeno príncipe. __ Que quer dizer "cativar"?

__ Os homens - disse a raposa - têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?

__ Não - disse o príncipe. __ Eu procuro amigos. __ Que quer dizer "cativar"?

__ É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. __ Significa "criar laços"...

__ Criar laços?

__ Exatamente - disse a raposa. __ Tu não és nada para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E Não tenho necessidade de ti. E tu também não tem necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. Eu serei para ti única no mundo...

__ Começo a compreender - disse o pequeno príncipe. __ Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...

__ É possível - disse a raposa. __ Vê-se tanta coisa na Terra...

__ Oh! não foi na Terra - disse o principezinho.


A raposa pareceu intrigada: __ Num outro planeta? __ Sim. __ Há caçadores nesse outro planeta? __ Não. __ Que bom! E galinhas? __ Também não __ Nada é perfeito - suspirou a raposa. Mas a raposa retornou a seu raciocínio. __ Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens também. E isso me incomoda um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo... A raposa calou-se e observou por muito tempo o príncipe: __ Por favor... cativa-me! -disse ela. __ Eu até gostaria -disse o principezinho -, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer. __ A gente só conhece bem as coisas que cativou -disse a raposa. __ Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me! __ O que é preciso fazer? -perguntou o pequeno príncipe. __ É preciso ser paciente -respondeu a raposa. __ Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. E te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás um pouco mais perto... No dia seguinte o príncipe voltou. __ Teria sido melhor se voltasses à mesma hora -disse a raposa. __ Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual. __ Que é um "ritual"? -perguntou o principezinho. __ É uma coisa muito esquecida também -disse a raposa. __ É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, adoram um ritual. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira é então o dia maravilhoso! Vou passear até à vinha. Se os caçadores dançassem em qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu nunca teria férias! Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse: __ Ah! Eu vou chorar. __ A culpa é tua -disse o principezinho. __ Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse... __ Quis -disse a raposa. __ Mas tu vais chorar! -disse ele. __ Vou - disse a raposa. __ Então não terás ganho nada! __ Terei, sim - disse a raposa __ por causa da cor do trigo. Depois ela acrescentou: __ Vai rever as rosas. Assim, compreenderá que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo. O pequeno príncipe foi rever as rosas: __ Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativaste ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu a tornei minha amiga. Agora ela é única no mundo. E as rosas ficaram desapontadas. __ Sóis belas, mas vazias -continuou ele. __Não se pode morrer por vós. Um passante qualquer sem dúvida pensaria que a minha rosa se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mas importante que todas vós, pois foi ela quem eu reguei. Foi ela quem pus sob a redoma. Foi ela quem abriguei com o pára-vento. Foi nela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi ela quem eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. Já que ela é a minha rosa.


E voltou, então, à raposa: __ Adeus... -disse ele. __ Adeus -disse a raposa. __ Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. __ O essencial é invisível aos olhos -repetiu o principezinho, para não esquecer. __ Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante. __ Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... -repetiu ele, para não esquecer. __ Os homens esqueceram essa verdade -disse ainda a raposa. __ Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa... __ Eu sou responsável pela minha rosa... -repetiu o principezinho, para não esquecer.


SUGESTÃO DE ATIVIDADE

1. Formar um círculo com todos os alunos.


2. Ler a biografia de Antoine de Saint-Exupéry



OPÇÃO I


Antoine, ou melhor, Jean‑Baptiste Marie Roger Pierre de Saint‑Exupery, 
nasceu em 29 de junho 1900, na cidade de Lyon, na França. Seu pai era o conde Jean de Saint‑Exupery, e sua mãe, a doce Marie Foscolome, também de origem nobre. O patriarca morreu precocemente num acidente ferroviário e Marie tomou para si a responsabilidade de educar os quatro filhos: Marie-Madeleine, Simone, Gabrielle, Antoine e François. É no castelo Saint-Maurice de Rémens, rodeado de uma floresta de pinheiros negros, que Antoine e seus irmãos irão crescer.
Ao completar 17 anos, Antoine já tinha passado por diversas escolas, nas quais ganhou a fama de distraído. Sua inteligência e criatividade, porém, são incontestáveis. Incerto quanto ao futuro, Antoine tenta entrar na escola naval, mas é recusado. Curiosamente, sua nota em redação foi muito baixa. O tema? “Impressões de um soldado voltando da guerra”. Reza a lenda que ele escreveu na folha de resposta: “Eu não fui à guerra, então acho que não posso falar nada ‘fingido’”.
Em 1921, é chamado para a Força Aérea da França, mas devido a seu conhecimento em mecânica, fica no solo, consertando os aviões, o que lhe causa grande decepção. Resolve, então, fazer um curso sério de aviação por conta própria. Tudo certinho, como manda o figurino, mas Saint-Exupéry é um jovem impaciente. Na primeira oportunidade, enfastiado das explicações teóricas, aproveita um minuto de distração do instrutor e decola sozinho. O teimoso piloto faz uma aterrissagem aos solavancos. A cabine começa a pegar fogo, a fumaça negra sobe. Mas Saint‑Exupery, milagrosamente, está são e salvo, orgulhoso, mas encrencado. Vai passar duas semanas na prisão. Consegue seu brevê de piloto no ano seguinte, mesma época em que é dispensado do exército, com a patente de subtenente.
Em 1926, recomendado por amigo, é admitido na Sociedade Latécoère de Aviação (depois conhecida como Aéropostale), onde começa então sua carreira como piloto de linha. Foi por essa época, quando chefiou o posto de Cabo Juby, no sul de Marrocos e então uma colônia espanhola, que os mouros lhe deram o apelido de “senhor das areias”.
Após quase dois anos nos Estados Unidos, em 1943 Saint-Exupéry retornou à Europa para voar com as Forças Francesas Livres e lutar com os Aliados num esquadrão do Mediterrâneo. Então com 43 anos, ele era mais velho que a maioria dos pilotos aliados.
Às 8h45 de 31 de julho de 1944, Saint-Exupéry decolou da Córsega numa missão de reconhecimento sobre a França ocupada. Devia estar de volta à 0h30. Às 3h30, foi oficialmente dado como desaparecido. Em abril de 1945, uma missa foi celebrada em sua homenagem.
Os destroços de um avião retirado do Mediterrâneo foram identificados em abril de 2004 como sendo da aeronave de Saint-Exupéry. Já se sabia da probabilidade de que o Lockheed P-38 estivesse a poucos quilômetros da costa de Marselha, de onde, em 1998, um pescador retirou de sua rede o bracelete de prata que identificava o piloto.
http://www.rodrigotrespach.com/2015/06/29/saint%E2%80%91exupery-e-o-pequeno-principe/. Acesso em 27.04.2020, às 14hs31

OPÇÃO 2




Antoine Jean-Baptiste Marie Roger Foscolombe, Conde de Saint-Exupéry, popularmente conhecido como Antoine de Saint-Exupéry foi um escritor, ilustrador e piloto francês, terceiro filho do conde Jean Saint-Exupéry e da condessa Marie Foscolombe

Nascimento: 29 de junho de 1900, Lyon, França
Falecimento: 31 de julho de 1944, Mar Mediterrâneo
Cônjuge: Consuelo de Saint-Exupéry (de 1931 a 1944)
Prêmios: Ordem Nacional da Legião de Honra, MAIS
Formação: Escola de Belas Artes de Paris (1920–1920), Lycée Saint-Louis, Villa St. Jean International School


Escritor, tornou-se célebre com clássico infanto juvenil. 

O pequeno príncipe está relacionado às memórias afetivas da infância e adolescência de quase todos os leitores. Uma das obras mais traduzidas do mundo, o livro conta a história de um piloto que encontra um príncipe após cair com seu avião no deserto do Saara. Eles fazem uma jornada filosófica e poética por meio de planetas que encerram a solidão humana.
A partir deste clássico infanto juvenil, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry tornou-se célebre no meio literário internacional. No entanto, decidimos ir além do livro O pequeno príncipe. 

Escritor e piloto

Além de escritor, ele foi piloto e ilustrador. Antoine iniciou o serviço militar no 2º Regimento de Aviação de Estrasburgo, em 1921, e foi elevado a subtenente da reserva no ano seguinte. Em 1926, ele começou a sua carreira como piloto de linha, na Sociedade Latécoère de Aviação, e sobrevoou entre Toulouse, Casablanca e Dacar. Enquanto isso, Antoine conciliava seu trabalho com a literatura. Dois anos depois, ele escreveu Correio do Sul, no Marrocos. Em 31 de julho de 1944, Antoine partiu de uma base aérea em Córsega, na Itália, e não retornou. Dias depois, o alemão Horst Rippert assumiu ter sido o autor dos tiros que atingiram o avião do escritor.
As obras do francês costumam ser marcadas por elementos como aviação e guerra. Além dos livros, o francês também publicou artigos em revistas e jornais da França e outros países sobre diferentes temas, como ocupação alemã e Guerra Civil da Espanha. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antoine_de_Saint-Exup%C3%A9ry Acesso em 27.04.2020, às 14hs44

3. Entregar o texto para que todos leiam em silêncio a primeira vez.


4 . Escolher um estudante que tenha boa leitura oral para fazer uma LEITURA DRAMÁTICA do fragmento de: O Pequeno Príncipe. O professor(a) fará a voz da raposa e o aluno fará a voz do Pequeno Príncipe.


* Na aula anterior entregar o xerox grifado para o aluno treinar em casa a entonação e emoção de cada fala.


* No dia combinado fazer a leitura dramática.


5. Momento de partilha


* Deixar que comentem espontaneamente o diálogo.


* Não podem faltar comentários sobre as frases:


- Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. VALOR - APARÊNCIA
- Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. ÉTICA - AMIZADE
- Foi o tempo que dedicastes a tua rosa que a tornou especial. MORAL - RESPEITO/CUIDADO

6. Registro da habilidade


a) Colar o texto no caderno.


b) Grifar o parágrafo que na sua opinião é o mais bonito.


c) Leia:

Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós. (Antoine de Saint-Exupéry)


Essa é uma frase menos conhecida do autor. Comente com suas palavras sua ideia.


d) Analise a imagem abaixo. Em seguida responda conforte o seu entendimento: Amar significa sofrer?











f) A partir do que foi expresso na aula de hoje você gostaria de ler o livro todo? Justifique a sua resposta.


g) Dividir a sala em grupos para criar uma cena de teatro mostrando as três frases destacadas durante a partilha. (Na aula seguinte).





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